Quando comecei a jogar Blacktail, fui imediatamente atraído pela ideia de explorar um mundo inspirado no folclore eslavo, com uma história que envolve bruxaria, mistérios e criaturas místicas. A premissa parecia excelente: jogar com Yaga, uma jovem acusada de bruxaria, em uma jornada para descobrir a verdade sobre seu passado enquanto explora uma floresta cheia de segredos e desafios. No entanto, depois de várias horas de jogo, percebi que Blacktail poderia ter sido muito mais do que realmente é. Não é um jogo mau, longe disso, mas a experiência foi aquém do que eu esperava, especialmente considerando todo o potencial do conceito.
Uma das primeiras coisas que chama atenção em Blacktail é a atmosfera. O mundo do jogo é, sem dúvida, impressionante. As florestas densas, as criaturas mágicas e os elementos folclóricos criam um ambiente único, com uma sensação constante de mistério. A música e os sons complementam perfeitamente o clima sombrio do jogo, ajudando a imergir o jogador nesse mundo místico. No entanto, enquanto a exploração do mundo é interessante no início, com o tempo a repetição das áreas e a falta de variação nos ambientes tornam a exploração um pouco monótona. A sensação de estar sempre no mesmo tipo de floresta ou em cavernas com layouts similares pode quebrar a imersão e tornar a exploração cansativa.
A história, centrada em Yaga e sua busca pela verdade, também é algo que me manteve interessado durante o jogo. A ideia de tomar decisões que afetam o rumo da narrativa é intrigante, e as escolhas morais têm certo peso, o que é sempre um ponto positivo. No entanto, o desenvolvimento dos personagens secundários deixa muito a desejar. As interações com outros personagens são superficiais, e muitos deles são esquecíveis. Isso acaba prejudicando a narrativa, pois o mundo que Yaga habita poderia ser muito mais rico se esses personagens tivessem mais profundidade. O próprio desenvolvimento de Yaga, por mais que interessante, não me fez criar uma conexão forte com ela, já que suas motivações e ações nem sempre são bem exploradas.
No que diz respeito ao combate, Blacktail tem algumas boas ideias, como o uso de arco e flecha combinado com magia. A possibilidade de usar feitiços e flechas encantadas para enfrentar criaturas místicas deveria ser um dos maiores destaques do jogo. No entanto, o que parecia ser um sistema de combate dinâmico acaba se tornando repetitivo rapidamente. Os inimigos não têm grande variedade, e as batalhas se tornam uma sequência de ações quase automáticas, o que tira a satisfação das lutas. Além disso, a falta de uma progressão mais interessante nas habilidades de Yaga e no impacto real das escolhas de combate torna o sistema pouco envolvente, fazendo com que as batalhas se sintam mais como uma tarefa do que como uma parte emocionante da aventura.
Outro ponto que senti que poderia ser muito mais desenvolvido é o sistema de progressão do personagem. À medida que você avança no jogo, há a possibilidade de melhorar algumas habilidades e desbloquear novas magias, mas a sensação de evolução é rasa. Não existe uma grande variedade de escolhas, e a progressão de Yaga não muda de forma significativa a maneira como você joga. Isso pode tornar o jogo mais previsível e menos gratificante, já que o jogador sente que está sempre limitado às mesmas opções, sem um impacto real nas mecânicas.
Em resumo, Blacktail é um jogo que tem grande potencial, mas não consegue entregar uma experiência verdadeiramente inovadora ou impactante. A atmosfera é fantástica, a história tem bons momentos, mas a falta de profundidade no combate, no desenvolvimento de personagens e na progressão do personagem faz com que o jogo perca a oportunidade de se tornar algo memorável. É um título divertido, mas que, para mim, não conseguiu atingir as expectativas que eu tinha antes de começar a jogar. Fiquei com a sensação de que, com mais tempo de desenvolvimento ou um ajuste nas mecânicas, Blacktail poderia ser muito mais do que é.
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Ambiente e atmosfera imersiva
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História interessante com algumas escolhas morais impactantes
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Design de mundo aberto com boa exploração inicial
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Combate repetitivo e sem grande variedade de inimigos
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Progressão rasa, sem grande impacto nas mecânicas de jogo
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Personagens secundários pouco desenvolvidos e com pouca profundidade